domingo, 2 de outubro de 2011

Shadow of the damned

A união de Suda 51 e Shinji Mikami em um projeto que combina inteligência punk e thrillers psicológicos
Garcia Hotspur é um caçador de demônios que vê a sua namorada, Paula, ser raptada pelo diabo
Galeria de Imagens Plataforma: X360/PS3 Desenvolvedora: Grasshopper Manufacture Editora: Electronic Arts Gênero: Ação Lançamento: 19/07/2011

Melhor: Personagens e aspecto de jogo únicos Pior: A mecânica pode enjoar rápido

Quando resolvem colocar um monte de ingredientes deliciosos em um caldeirão nem sempre a comida fica boa. E o motivo disso pode ser o tempero. O mesmo acontece com “Shadows of the Damned”, da Grasshopper Manufacture, que traz os conhecidos Akira Yamaoka (compositor de ‘Silent Hill’), Shinji Mikami (diretor de ‘Resident Evil’) e Goichi Suda (o “Suda51”, criador de títulos como ‘Killer7’ e ‘No More Heroes’) em um game todo excêntrico, mas que falta um temperinho a mais.

Para começar, a aventura é apresentada como se fosse um filme no estilo de “Um Drink no Inferno” e “A Morte do Demônio”, nos quais temos mortes, zumbis, criaturas e, ao mesmo tempo, um toque de humor sarcástico. O protagonista, Garcia Hotspur, é um mexicano fanfarrão todo tatuado que vê sua namorada ser sequestrada por um demônio gigante. E, a partir daí, sai em busca de sua salvação em um mundo paralelo, o qual pode se chamar inferno.

Tudo no jogo, até mesmo a câmera e os gráficos, tem certa “personalidade”. O aspecto geral do jogo é bem diferente do que estamos acostumados a ver por aí. E isso é obra de Suda51, que adora brincar de inovar. Acontece que, ao ser inserido em um ambiente visualmente atrativo, outros pontos da jogabilidade deixam a desejar. Primeiro, porque muitas vezes o personagem tem que andar de um lado para o outro para procurar o que fazer e aonde ir. Segundo que o jogo completo é feito de corredores, tiros, portas para abrir e alguns quebra-cabeças nada atrativos.
Galeria de Imagens Plataforma: X360/PS3 Desenvolvedora: Grasshopper Manufacture Editora: Electronic Arts Gênero: Ação Lançamento: 19/07/2011

O elenco do game é interessante e conta com personagens bobalhões, como é o caso de Johnson, um demônio que acompanha Garcia por toda a aventura e se transforma em diferentes tipos de objetos, que vai desde uma moto até uma tocha ou as próprias armas do protagonista.

Johnson é também um dos pilares da narrativa do game, já que ele oferece todos os dados sobre o ambiente, como passar de determinadas fases ou matar demônios VIP’s, que são caridosamente chamados de “Very Important Pentejos” por Garcia Hotspur. No entanto, os diálogos rapidamente se tornam bobos e as piadas que no começo agradavam, começam a irritar.

Junto de toda a mecânica, que funciona de uma forma simples e sólida, mas sem muita inovação, a coisa perde a graça fácil. E aí o jogador começa a pensar se realmente vale a pena gastar o seu tempo para saber como será o final de uma história clichê em que o príncipe vai salvar a princesa de um grande e malvado vilão.

O modo de jogo funciona como típicos jogos japoneses. Garcia Hotspur é controlado em terceira pessoa, assim como em “Resident Evil 4”. Portanto, você pode se atrapalhar um pouco com a mira em momentos críticos, ou até mesmo achar a ação um pouco lenta em determinados trechos.

Entre batalhas e um número pequeno de demônios diferentes, há itens que podem ser coletados em barris e muita escuridão – que vez ou outra toma todo o cenário e suga a energia do protagonista até que o jogador encontre uma fonte de luz para se salvar. São frequentes os momentos que esse tipo de ameaça surge no game. E a escuridão também está ligada a diversos inimigos, fazendo com que o jogador utilize diferentes tipos de disparo nas armas para vencê-los. Inclusive nos chefões, a coisa também funciona de forma mais dinâmica, já que é preciso encontrar os pontos fracos de cada um deles para poder derrotá-los.
Galeria de Imagens Plataforma: X360/PS3 Desenvolvedora: Grasshopper Manufacture Editora: Electronic Arts Gênero: Ação Lançamento: 19/07/2011

Ao vencer chefes, os demônios VIP’s, o personagem coleta cristais azuis, que depois podem ser trocados por novas armas. E como era de se esperar, encontramos aí alguns objetos nada comuns, como um lançador de dentes e um lançador de crânios para alvejar os inimigos.

O destaque maior do jogo talvez fique para a parte sonora. Akira Yamaoka fez um trabalho primoroso com músicas que passeiam pelo rock’n’roll típico de filmes de demônios e ação que surgem em momentos oportunos durante o game. Seja em combates ou enquanto uma das belas personagens do jogo realiza uma “dança da morte”.

Além disso, as vozes e dublagem dos personagens caíram muito bem. Garcia e seu amigo demônio Johnson contam com um sotaque forte, e o protagonista tem um jeitão piadista que combinou perfeitamente com a temática do game. O mesmo pode ser dito dos eventuais demônios com personalidade que surgem no game, e até para a namorada do herói, a Paula.

“Shadows of the Damned” é um game diferente. Seu aspecto, no estilo de filmes B, os personagens geniosos e toda a narrativa de humor do game atraem bastante como uma boa história de mocinho que vai atrás do vilão para salvar sua amada. Porém, alguns aspectos da jogabilidade e as ondas e mais ondas de piadas infames podem enjoar o jogador em pouco tempo. No final das contas, o game com certeza irá agradar quem já está acostumado com o estilo nonsense de Suda51.

Nota: 6,0

Plataformas: _Xbox 360_ _PS3_
em hoomenagem ao meu grande amigo Bruno Ramos

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